Alemanha, dia 8: Blankenese, Uhlenhorst e Alsterpark


Domingão, hora de bater perna e ir aproveitar o sol brilhando e mais de 30 graus em Hamburg. Hoje, resolvi sair de bicicleta e passear por Blankenese, um dos bairros mais classe A de Hamburg e, depois, ir para o aniversário da minha chefe num parque que eu ainda não conhecia.



Blankenese já foi uma província do norte da Alemanha, mas hoje em dia é um bairro de Altona, distrito de Hamburg. Pra chegar é super fácil, basta ir de S-Bahn sentido Wedel, descer na estação Blankenese e você sai no centro da vila. Descendo qualquer uma das ruas principais, você chega na praia em frente ao porto de Hamburg e ao rio Elbe.


Outrora considerada uma vila de pescadores, o bairro cresceu e se torno o lugar dos endinheirados de Hamburg, principalmente os de terceira idade, que veem no lugar tranquilo e de frente pro mar um lugar perfeito para se estar depois da aposentadoria. Espere ver muitos carros esportivos e casas lindas, principalmente no caminho que leva até a praia.


Como estava com amigos e de bicicleta, resolvemos pular o principal que todos já tinham visto e fomos entrando nas ruas e nas colinas de Blankenese para descobrir lugares escondidos e ver o movimento do bairro mais de perto. Uma delícia! Na época pré-guerra, o lugar serviu de abrigo para diversas comunidades de judeus que estavam proibidos de frequentar os mesmos lugares que os alemães e, por isso, estas placas na rua indicando judeus mortos durante a guerra são encontradas abundantemente por aqui. Também é possível encontrar as placas em outros lugares na cidade, sempre em frente a casa aonde a devida família morou antes de ser levada para os campos de concentração. Essa ai que encontramos por sorte é de familiares de Anne Frank.


A história judaica do bairro é incrível. Por sorte e coincidência, um dos meus amigos era judeu e sua família viveu em Hamburg no período pré-Guerra, encontramos um memorial no meio do nada, rodeado por uma floresta incrível e estava acontecendo uma cerimônia anual que reúne parentes das vítimas.


Acredito que a melhor coisa sobre viajar e sair sem rumo enquanto numa outra cidade, que não é a sua, é encontrar esse tipo de situação extremamente recompensadora em que você se emociona e aprende muito. Depois de muito conversar com os participantes da cerimônia, eles nos deram dicas de vários lugares perto que representavam pontos importantes da história de Blankenese e de Hamburg durante a guerra e, como tínhamos tempo e bicicletas a disposição, passeamos bastante.


Depois de rodar mais de 14 quilômetros de bicicleta, paramos rapidamente em Altona para comer e depois fui para o distrito de Uhlenhorst, one fica o Alsterpark, um dos maiores e mais bonitos que conheci.


O parque é gigante e, para mim, os destaques ficaram pela vista para o Ausenalster, um rio que desemboca no Elbe, um jardim japonês no meio, um clube de iate com restaurante super bonito e uma área gigante super adequada para churrascos, piqueniques e para a prática de esportes. Inclusive, para esportes náuticos, é possível alugar equipamento lá mesmo.


Além disso, o parque tem fontes de água mineral gelada em todo o entorno, garantindo uma boa hidratação a custo zero em caso de prática de esportes.



Um domingo diferente, recheado de histórias e boas fotos para se recordar. Cercado de amigos, as coisas certamente ficam melhores, principalmente numa viagem para um novo lugar. No verão, o sol se pões por volta de 21h30, 22h em Hamburg, e foi até este horário que continuamos assando linguiças, queijos, cogumelos e tomando uma cerveja com os pés na grama e contando boas histórias de todos os lugares do mundo. Sozinho ou acompanhado, o parque com certeza é um bom negócio, mas com boas companhias e uma turma animada, é certeza de um destes domingos inesquecíveis.

Write a comment

Comments: 0